segunda-feira, 31 de outubro de 2011

"Dores D`Alma" - de Francisco Vairo - Curitiba/ Paraná

Dores preocupam e ocupam.
Gelo e o calor, que mais?
Elas passam e voltam,
Adormecem, recrudescem,
Latejam, aumentam, diminuem,
Aparecem, desaparecem,
Da vida, com a vida...

As ocupacionais
Curam ou melhoram?
Não curam jamais?
Ah! Essas dores,
Profundas dores,
São laborais?

Elas ficam, as dores pesam,
No espírito e n`alma do ser,
Do não estar em harmonia,
E aí...
Uma vítima,
Ressalta a alegoria,
No crepon, no gesso,
Na tala e no colar,
Verdadeira folia.

O encanto com o trabalho
E no trabalho, o encantar
De certo sofreria
Na carne doída de um ser,
Que desprezou a si
E agora desprezado...
Procura algo, em algum lugar
E não encontra nada...

Não interessa mais,
Elas acostumam, a acostumar
Misteriosas e dramáticas
As dores não resolvidas
Não fazem viver,
Conviver ou amar,
Cruéis e cruciais,
Não importam mais,
Sejam ou não ocupacionais.
São  dores d `alma...

Elas ficam, acostumam,
O que fazer?
Recolher os restos,
Nutrir os gestos,
Buscar nos rostos,
Acarinhar o ventre,
Voltar ao útero
E reaprender
Com a incapacidade
A capacitar
Contra a mágoa ou raiva
O perdoar,
E aí...

Reencontrar algo, em algum lugar,
Pois,
A felicidade está em você

Francisco Vairo