quinta-feira, 9 de maio de 2019

Marionetes de Argila - de Luciano Guaita Rodrigues - Curitiba/ Paraná

Quisera eu entender o que fazemos aqui!
De onde viemos e para onde iremos.
Presos no planeta Terra e em nossos corpos, cumprimos nosso destino...
Feitos de argila e dissolvendo-se com o tempo, vivemos...
Sem respostas.
Somente perguntas!


Luciano Guaita Rodrigues

quinta-feira, 2 de maio de 2019

Aquele Campo - de Heron Malaghini - Jacarezinho/ Paraná

Aquele campo já não existe mais, já não se vê corações jovens correndo de braços estendidos em seu tapete de grama verde, as crianças já não pulam mais as grades escondidas para poder jogar . Dias chuvosos não tinham nada de trevosos pois o gargalhar das crianças jogando bola em meio às poças de água espantavam qualquer tristeza. Nunca mais se disputou o velho clássico do time dos coroinhas contra os moleques da rua de baixo. O muro seguido de uma grade toda esburacada por onde adentravam no estádio moleques da cidade toda hoje não existe mais . Hoje são residências, hoje dão lugar a outro tipo de sonhar, aquele palco já não existe mais, aliás muitos daqueles moleques também não existem mais. Muitos agora são velhos, outros tem agora seus nomes escalados nas lápides do cemitério. Aquele campo no coração da cidade de Jacarezinho já não existe mais. Símbolo de uma época que se foi, quando tudo que uma criança queria era uma bola. O tempo é senhor implacável do destino em meio a grãos de areia nessa imensidão que é a jornada da vida eterna. Em nossas mentes eles estão lá em algum lugar no passado, disputando mais um clássico de moleques. Aqueles rostos outrora encharcados de água da chuva e sujos de lama agora banham em lágrimas que cortam nossas almas de saudade. Onde estão esses moleques de rua hoje não sei. No passado estavam jogando bola no campo do Cristo Rei.

Heron Malaghini