sexta-feira, 11 de dezembro de 2020

Quem eu fui - de Heron Malaghini - Jacarezinho/ Paraná

Se perguntarem quem eu fui, eu fui trovão, eu rompia o silêncio e trazia a inquietude, chegava de rompante e gelava corações, causava alvoroço e desordem, impassível e impossível de se ignorar. Muito maior fica o estrondo do silêncio da minha ausência pois nada fica como era antes e os corações demoram a se acalmar.

Heron Malaghini

segunda-feira, 13 de julho de 2020

A Pena e o Trovão - de Heron Malaghini - Jacarezinho/ Paraná

Ela era trovão.
Rompia com a calmaria que acalentava corações.
Ele era pena viva da brisa, do vento calmo que soprava os rostos naquela cidade quente.
O Trovão faz os corações acelerarem, traz a incerteza da tempestade que se aproxima, tudo apavora, tudo afugenta, a todos amedronta.
Eles são filhos da pena e do trovão, são calmarias a viajar nas asas da tempestade, espalhando angústia e paz ao longo da jornada que todos acompanham desinteressados e alheios, sem sequer notar a beleza clássica dessa velha história de amor entre a pena e o trovão.

Heron Malaghini

domingo, 28 de junho de 2020

Aquele Velho - de Heron Malaghini - Jacarezinho/ Paraná

Aquele velho.
Ficava sentado em sua cadeira de descanso com todo peso de sua existência em seu ombros.
Uma jornada na terra não é nada perto da eternidade porém o corpo cobra seu cansaço.
Seus reflexos não respondem mais, sua mente é confusa e o tempo mais do que nunca é senhor do seu destino.
Suas lembranças o acompanham a cada minuto.
Quando criança sua presença era alegria, seus sorrisos desarmavam qualquer resistência e cada vacilo seu, uma fala errada, trazia gargalhadas prazerosas em seus tutores .
Quando adolescente protegido pelos pais pensava ser a revolução que o mundo precisava, seus sonhos e prazeres eram a prioridade e o mundo tinha que se curvar diante de sua intempestividade, claro que isso sem perceber que o que evitava de sucumbir diante da realidade era a proteção amorosa de seus pais.
Quando maduro choque de realidade, seus protetores não mais o podem salvar, não neste plano de ação.
Mas supera seus temores e fracassos, em sua labuta torna-se base do que realmente importa nessa jornada.
Famílias, projeto de Deus base primordial da sociedade.
Os anos passam e a idade pesa, seu corpo não suporta mais.
Seu legado de luta e sua busca pelo esclarecimento é sua herança.
Poucos sabem sua verdadeira história, sua evolução, os monstros que destruiu, as trevas que o cercaram.
Agora parece perto do fim aos olhos ignóbeis daqueles que não conhecem a vida eterna.
O que se pensa ser o crepúsculo de homem na verdade é um novo alvorecer de luz.
Seus protetores já o aguardam, sua mãe já o monitora, suas lágrimas já não são por abandono e indiferença.
Novamente sua presença é alegria, suas cicatrizes de batalhas não doem mais.
Seu coração vascilante agora vibra com o reencontro tão esperado por décadas.
Suas esperanças agora são realidades.
Era filho, foi pai e avó, agora é filho outra vez.
O amor familiar dos entes que realmente se amam em ligações muito mais forte do que sanguínea.
A lei maior do universo a sintonia de Espíritos que se amam .
Nunca esteve sozinho, mesmo quando se sentia abandonado nas trevas da existência, mesmo que sua percepção não notasse a presença daqueles que sempre o amaram .
Retorna agora com os olhos cheios de lágrimas redentoras de gratidão.
Deixa para trás outros a chorarem amargamente suas falta porém resignados por saber que o dia do reencontro chegará.

Heron Malaghini

segunda-feira, 1 de junho de 2020

Om... - de Luciano Guaita Rodrigues - Curitiba/ Paraná

Ao abrir a janela pela manhã
E apreciar o nascer do sol
Me dei conta que sou sol
Que sou a árvore e o pássaro que voa...


Ao abrir a janela e inspirar profundamente
O cheiro da terra molhada pela chuva
Me dei conta que sou terra
Que sou a chuva e o vento que sopra...

Ao abrir a janela ao anoitecer
E apreciar o nascer da lua na praia
Me dei conta que sou lua
Que sou as ondas do mar e a calmaria...

Uno.

Luciano Guaita Rodrigues

Aquele Quintal - de Heron Malaghini - Jacarezinho/ Paraná

Aquele quintal.
Tinha vida, tinha sangue e tinha fome.
Havia uma mágica que o protegia, pois nem muro tinha.
Havia uma mangueira gigante que chegava a tocar o céu, forrava todo o chão com seus frutos.
Tinha um gramado verde com flores do céu e tinha uma casa coberta de sombras, coberta por histórias de rancores de outrora, por hora ignoradas por seus pequenos moradores.
Lágrimas e sorrisos sustentam suas paredes franzinas, cheias de frestas causadas pelo tempo. A genialidade não escolhe lugar para crescer, a nobreza resiste a adversidade e o exemplo aprimora até um Espírito réprobro e ignorante. A pobreza é só um detalhe, a Vitória é confusa, a distância judia.
A saudade não tem preferência por momentos de pura abundância e se pudesse retornar eu voltaria para aquela vivência novamente, apenas para poder abraçar novamente aqueles heróis, sorrir descontroladamente e chorar compulsivamente. Você que busca em coisas vazias, em jornadas distantes tesouros reluzentes, não sabes que Deus coloca ao teu lado, já ao nascer, sua maior riqueza.
Aproveite cada Natal, cada domingo, cada sorriso e lave seu rosto nas lágrimas laborais que encontrar dentro de seu lar. Pois é aí que estais sua glória. Amar é o caminho, nunca deixe de caminhar.

Heron Malaghini

Tac Tic - de Luciano Guaita Rodrigues - Curitiba/ Paraná

Tenho um relógio em casa que não faz tic tac, ele faz tac tic...

Luciano Guaita Rodrigues

quinta-feira, 30 de abril de 2020

Passageiro - de Luciano Guaita Rodrigues - Curitiba/ Paraná

Passageiro...
Eu que não estive aqui por durante muitos e muitos anos. 
Que não sabia da existência que um dia chegaria. 
Eu que estarei aqui por poucos anos. 
E que nada entenderei! 
Eu que não estarei mais aqui por durante muitos e muitos anos. 
Que não saberei da existência que um dia fui. 
Apenas passageiro...

Luciano Guaita Rodrigues

quarta-feira, 29 de abril de 2020

Pai Nosso... - de Luciano Guaita Rodrigues - Curitiba/ Paraná

Ora, olá.
Ora, adeus.
Não!
Ora, o que fazer?
Orar para não chorar.
Orar para ver, para crer.
Ora, que melhora!
Ora Uno.


Luciano Guaita Rodrigues

domingo, 12 de abril de 2020

PÁSCOA /PÂQUES - de Jacemar Cristina Rocha da Costa - Curitiba/ Paraná

Passagem serena no doce Infinito/ Passage serein dans le doux Infini.
Amor no perdão sempre bendito/ L'amour dans le pardon est toujours béni.
Sobretudo na misteriosa paixão/ Surtout dans la mystérieuse passion.
Com os olhos voltados aos céus/ Les yeux tournés vers le ciel.
Onde há o Deus sem véus/ Où réside le Dieu sans voile.
A vida transformada no coração/ La vie transformée dans le cœur.

Jacemar Cristina Rocha da Costa

sábado, 4 de abril de 2020

Esperança - de Luciano Guaita Rodrigues - Curitiba/ Paraná

É madrugada de outono
A cidade dorme amedrontada
Pois a época é de pandemia
Mas a grande lua que quase toca os prédios da metrópole
Ilumina a noite de todos...

Luciano Guaita Rodrigues

quinta-feira, 2 de abril de 2020

A galáxia em mim - de William Kalel Cleto de Souza - Curitiba/ Paraná

Sou misterioso como o universo.
Meu olhar é brilhante como o sol.
Sou inteligente como os astronautas,
que seu espaço perto das estrelas conquistaram.
Sou sorridente como a lua minguante
e minha pele é escura como o vácuo infinito.
Posso ser veloz e furioso como um meteoro.
Meus desenhos são bonitos como a Via Láctea e
falo tanto quanto existem constelações nas galáxias.
O universo todo cabe em mim!

William Kalel Cleto de Souza

terça-feira, 31 de março de 2020

COVID-19 - Jacemar Cristina Rocha da Costa - Curitiba/ Paraná

Contextualizando o essencial.
Onde a higiene é fundamental.
Vírus que passará certamente.
Isolamento social com ciência.
Dor que transformará a razão.

1 vitória há de vir com emoção.
9 vezes esperança no coração.

Jacemar Cristina Rocha da Costa