segunda-feira, 1 de junho de 2020

Aquele Quintal - de Heron Malaghini - Jacarezinho/ Paraná

Aquele quintal.
Tinha vida, tinha sangue e tinha fome.
Havia uma mágica que o protegia, pois nem muro tinha.
Havia uma mangueira gigante que chegava a tocar o céu, forrava todo o chão com seus frutos.
Tinha um gramado verde com flores do céu e tinha uma casa coberta de sombras, coberta por histórias de rancores de outrora, por hora ignoradas por seus pequenos moradores.
Lágrimas e sorrisos sustentam suas paredes franzinas, cheias de frestas causadas pelo tempo. A genialidade não escolhe lugar para crescer, a nobreza resiste a adversidade e o exemplo aprimora até um Espírito réprobro e ignorante. A pobreza é só um detalhe, a Vitória é confusa, a distância judia.
A saudade não tem preferência por momentos de pura abundância e se pudesse retornar eu voltaria para aquela vivência novamente, apenas para poder abraçar novamente aqueles heróis, sorrir descontroladamente e chorar compulsivamente. Você que busca em coisas vazias, em jornadas distantes tesouros reluzentes, não sabes que Deus coloca ao teu lado, já ao nascer, sua maior riqueza.
Aproveite cada Natal, cada domingo, cada sorriso e lave seu rosto nas lágrimas laborais que encontrar dentro de seu lar. Pois é aí que estais sua glória. Amar é o caminho, nunca deixe de caminhar.

Heron Malaghini